sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Importante matéria da Folha de São Paulo comentada por Raquel Rolnik

Essa matéria é muito importante , pois serve de aviso para as comunidades carentes e seus respectivos lideres , do que está por tras dos supostos planos de habitação popular do atual governo Kassab e Serra.

Como a própria Arquiteta e Urbanista Mariana Fix alerta , tudo isso não passa de uma faxina Social, onde a população carente , alem dos proprietários de classe média que estão na mira das grandes obras que o governo planeja para o ano que vem , na mais pura intenção de "encher os bolsos" de alguns empreiteiros, politicos e também secretários , empurram essa população mais ainda para as periferias.

O mais triste na minha opinião é ver hoje essas pessoas se aproveitarem de temas muito importantes como o meio ambiente, para justificar todo tipo de estrago causado nessas populações, ou seja a exemplo de nosso ex-governador e nosso atual secretário do verde e meio ambiente que são ambientalistas de ocasião , pois é muito necessário defender essas bandeiras quando se quer licenciar as mais diversas obras que servem para pagar suas dividas politicas com essas empreiteiras.

O único verde que esses homens "ambientalistas convictos de ocasião" defendem mesmo é o verde dos milhares de "dólares " que nascem prósperos nas gigantescas "estufas " das grandes Empreiteiras que ganham todas as obras dessa cidade.



Prefeitura defende remoções forçadas e urbanista explica ciclo do despejo na cidade
28/10/10 por raquelrolnik


Ontem (27) a Folha publicou mais uma matéria sobre remoções forçadas causadas por projetos desenvolvidos pelo poder público na cidade de São Paulo. Abaixo segue a matéria na qual a prefeitura defende os despejos sem oferta de moradia adequada à população. E, na sequencia, um interessante artigo da urbanista Mariana Fix, que problematiza a questão e explica a lógica do ciclo do despejo como política pública.

Prefeitura defende despejo mesmo sem oferta de moradia
Para secretário da Habitação, aluguel de casa é alternativa para quem vive em área de risco

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite, defendeu a retirada de famílias de casas irregulares em áreas de risco mesmo que a prefeitura não possa lhes oferecer moradia definitiva. Hoje, a cidade de São Paulo tem 12 mil famílias recebendo dinheiro da prefeitura para alugar um imóvel. Na segunda-feira, reportagem da Folha mostrou que o Estado vive o maior despejo coletivo de sua história -165 mil perderão sua casas até 2015- e que a maioria é desalojada sem ter para onde ir.

“Em Nova York, 70% dos imóveis são alugados. O presidente da Cohab de lá vive num imóvel alugado. O aluguel é uma forma de provisão de moradia, embora continue sendo necessária a oferta de uma moradia fixa”, diz. Elisabete França, superintendente de habitação popular da secretaria, concorda. “Quantas pessoas de classe média, estudantes, vivem hoje em casas de aluguel?” Segundo ela, os contemplados pelo auxílio-aluguel recebem um termo de compromisso da prefeitura de que terão imóvel definitivo.

Para o secretário, o importante é retirar as famílias de áreas de risco. “No ano passado, algumas pessoas morreram. A gente precisa fazer isso [o despejo]. Temos de, ao mesmo tempo, produzir [imóveis] e zelar pela vida.” Segundo a secretaria, o município precisa mais que dobrar o gasto hoje com habitação para dar conta da demanda -há 800 mil vivendo em moradias inadequadas. O município aplica R$ 1,5 bilhão por ano em habitação, mas o ideal seriam R$ 3,6 bilhões -o Orçamento da cidade para 2011 será de R$ 34,6 bilhões. A prefeitura investe 61% do total, seguida da União (24%) e Estado (15%).

EQUÍVOCO
Para Carlos Loureiro, defensor público de habitação e urbanismo, é um equívoco retirar pessoas de suas casas sem ter moradia definitiva.
“Transfere a responsabilidade para a pessoa. E ela tem de lidar com o mercado de locação, muito sensível à lei da oferta e da procura. Você estimula uma grande procura, os preços variam com muita intensidade e o valor do auxílio se revela insuficiente.”

A desempregada Cássia Ferreira Lopes, 32, é um exemplo de como o auxílio-aluguel pode dar errado. Ela teve de sair de sua casa no Jardim Pantanal (extremo leste de SP), passou a receber ajuda de R$ 300 mensais, morou em dois lugares em Itaquera, não conseguiu pagar o aluguel, voltou e retomou seu imóvel condenado. Lá, onde vivia há 26 anos, resiste agora, com seus três filhos, um deles um bebê de dez meses -ela é divorciada. “Voltei, vi minha casa em pé e entrei. Consegui colocar minha filha de volta na mesma escola. Antes, não comia, chorava, estava em depressão. Agora, vou lutar.”

Moradores de favela vivem ciclo de despejo como política pública
MARIANA FIX
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Brasil é conhecido no exterior por sua experiência em urbanização de favelas e por ter uma legislação considerada progressista no campo do direito à cidade. Diversos municípios têm se dedicado, no entanto, a desenvolver uma tecnologia de “remoção” de favelas contrária aos direitos sociais.

Em São Paulo, a prática foi institucionalizada por Jânio Quadros (1985-88) com o nome de “desfavelização” e teve na gestão Maluf (1993-96) um dos seus casos mais emblemáticos: a expulsão de mais de 50 mil pessoas para a abertura da avenida Jornalista Roberto Marinho.

Nessas ações, os habitantes das favelas costumam enfrentar pressão e violência, e são forçados a abandonar rapidamente suas casas. Recebem ofertas como verba em dinheiro (o “cheque-despejo”), bolsa-aluguel ou passagens para mudar de cidade. Se tiverem chance de entrar em algum financiamento para habitação, precisarão aguardar em alojamentos por vários anos.

Na mira do trator, na verdade são geralmente empurrados para outras favelas, cada vez mais longe -frequentemente, em beiras de córregos ou nas margens das represas de abastecimento de água, protegidas por lei.

O destino não é casual. A lei de proteção ambiental retira aquelas terras do jogo imobiliário, que define o preço de cada pedaço da cidade quase sempre acima dos baixos salários que a maioria dos brasileiros recebe.

Nas margens da represa, sua presença é temporariamente tolerada por não interferir nos circuitos de valorização imobiliária, até serem novamente ameaçados de expulsão.

Na falta de alternativas, essa é a saída que encontram pedreiros, porteiros, vigias, domésticos e diaristas, entre muitos outros, para não ficarem mais longe do lugar no qual trabalham.

O problema aumenta quando, em vez de uma política ambiental, prevalece o discurso supostamente ecológico para criminalizar esses moradores, ignorando a lógica de produção social da cidade. Basta ver o panfleto “É crime”, recentemente distribuído pela prefeitura nas escolas aos filhos dos moradores do Jardim Pantanal.

É também grave quando obras como a ponte Octavio Frias de Oliveira absorvem todos os recursos da Operação Urbana, que deveriam ter sido repartidos com a habitação social na região da Água Espraiada. Uma enorme desproporção entre a rapidez para produzir grandes obras viárias e a demora em relação à moradia. Até hoje nenhuma foi construída.

Assim, as favelas não são eliminadas, como dizem, mas deslocadas para áreas de menor interesse imobiliário, onde a população vive em condições ainda piores.

São ciclos implacáveis de assentamento, despejo, reassentamento. Entre as consequências estão o aumento das disparidades sociais, a sobrecarga do sistema de transporte e o agravamento dos problemas ambientais e de saúde pública.

MARIANA FIX é arquiteta e urbanista.

10 comentários:

  1. O governo é uma mãe...da dinheiro pra gente q mora em lugar proibido ir pra outro lugar...afff...enquanto isso a gente trabalha 12 horas por dia para pagar nosso aluguel...absurdo !!!
    por isso q o Brasil num vai pra frente... da dinheiro de mão beijada...qual o estimula pra esse povo trabalhar...fica em casa e recebe o $$$

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  2. Caros do blog,

    Essas análises da promiscuidade entre políticos e empresários é simples repetição de um discurso que já vem de décadas atrás.

    Que os caras deixam e até incentivam o surgimento dos problemas das cidades,para depois propor soluções "extraordinárias",visando resolver esses mesmos problemas,com obras que custam o olho da cara,remoções,desapropriações,corrupção,etc e tal,isso é coisa que nós já sabemos de cor e salteado.

    Precisamos pular essa etapa e seguir diretamente à seguinte questão:como botar um ponto final nessa prostituição infernal desse esquema,onde políticos e empresários entram com o cacete e o povo,com a bunda?Discurso intelectualizado é muito bonito e coisa e tal,só que não resolve porra nenhuma!

    Afinal,quem somos nós?Um bando de intelectualói-
    des que grita,grita,mas fica inerte vendo a caravana passar carregando nossos despojos?É isso que somos?

    Sou de opinião que devemos botar nosso bloco nas ruas e exigir a degola de toda essa cambada de sanguessugas,que sempre querem entrar com a pica e botar o povo a entrar com a bunda.Chega disso!Aqui não tem Gigi!

    Vamos perder esse medo besta de botar o rosto a tomar o tapa!Ou é isso,ou vamos continuar a nos portar como massa que os espertos(ah,como eles são espertos)manobram a seu bel-prazer!?

    Por fim,lamento que esse espaço aqui do nosso blog seja pouco utilizado.Gostaria de ver mais pessoas do nosso movimento participando,dando suas opiniões,expondo suas dúvidas,trazendo informações que julgar ser importante os outros saberem,enfim,contribuindo de alguma forma para fortalecer nossa união.

    Sei bem que o pessoal de mais idade tem dificuldade quase intransponível de lidar com a porra do computador.Justamente os que mais têm experiência de vida ficam por assim dizer,auto-privados de dar sua valiosíssima contribuição ao movimento.

    Esse espaço aqui é ferramenta preciosa de união entre nós,e por isso mesmo,deveríamos dele usar e abusar.

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  3. Esse aqui virou um blog com cunho político petista e sem graça. Começou com uma fonte de união e informação sobre o projeto do túnel que vai desapropriar nossas famílias. Vamos ver se com o fim da eleição param de tentar ganhar votos para um partido e foquem no objetivo principal OK! Ou mudem o nome para MST Paulistano ou coisa do gênero

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  4. Bom dia Sr Andre,

    Em nenhum momento o blog mudou o seu foco, creio que você não está lendo atentamente as matérias, pois, todas focam o mesmo assunto, uma coisa liga na outra.

    O blog não levanta a bandeira A,B ou C, mas, não iremos defender um partido que está querendo nos massacrar.

    Se você concorda com o que a Prefeitura e o Governo estão fazendo conosco é sua opinião.

    Todos os posts tem um propósito aqui, e se você acompanha o movimento sabe o que está exatamente o que acontecendo.

    E sobre mudar o nome do blog isso está fora de cogitação,ainda mais para o nome sugerido, que ofende as pessoas que participam do blog, pois não somos sem teto e sim estamos lutando para não ser desapropriados pelo atual Governo.

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  5. Gosto muito desse blog, pq trás a tona coisas que estão de baixo no nosso nariz, mas a gt naum percebe ou simplismente fecha os olhos ..

    Lógico que as pessoas que são do PSDB e do DEM vão achar ruim....

    Ainda bem que o Burns não levou essa, mas com certeza nas próximas eleições ele estará rondando de novo ...

    Como o Elson disse, devemos trazer ideías para o blog ou invés de fazer comentários desnecessários..

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  6. Caros do blog,

    Ontem,03/11/2010,vi um sujeito medindo a calçada da esquina da rua Alba com rua Artemis.
    Hoje,04/11/2010,por volta das 12:45h,um helicópte-
    ro fez um "passeio turístico",creio que filmando/
    fotografando a rua Alba e seu entorno.Alguns mora-
    dores comentaram que se trata de assunto da prefeitura,pois existe um zum-zum-zum que na
    esquina da Alba com Artemis,a prefeitura preten-
    de iniciar um viaduto.
    Estou completamente vendido nesta história,sem saber separar a verdade da boataria.
    Alguém aqui do nosso blog sabe de alguma coisa a respeito de viaduto na Alba?Talvez seja só boa-
    taria,mas pelo sim,pelo não,não custa nada per-
    guntar.Assim,corta-se o mal pela raiz.

    Desde já,obrigado a quem puder passar alguma coisa a esse respeito.

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  7. Nunca vi esse André em uma reunião sequer, muito menos em alguma das açoes que esse movimento realizou.
    é muito facil ficar atras do computador dando opiniao.
    Se vc Sr. André tivesse sentido o que alguns representantes desse movimento sentiram quando foram no comite do psdb tentar alguma ajuda e foram super mal tratados , principalmente pelo Afif, entenderia alguma coisa.
    Te faço uma pergunta , se um amigo seu cuspisse na cara da tua mãe , ele continuaria a ser seu amigo?
    Pois saiba que Serra foi o mentor intelectual dessa mudança e decisão de retomar a obra por tras do Kassab.

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  8. Indignado, você dizendo isso sobre o SERROTE, e agora é que vem a má notícia...

    O Serrote perdeu a eleição para Presidente.
    Advinha para que cargo ele vai se candidatar em 2012 para não ficar muito tempo fora da Poli-titica???

    Acertou. Sai o Kassab Túnel da Vergonha e entra o Serrote para cortar o que estiver pela frente.

    Infelizmente essa luta vai longe. Querem porque querem que a continuação da Av. Jornalista Roberto Marinho seja feito por túnel, e não por superfície. Meu caro, essa briga vai ser boa. Concorda???

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  9. Caro Elson..

    Creio que eles estão fazendo as medições por causa parque linear, pois, desconheço alguma obra viária na Alba além do parque.

    Irei esclarecer essa dúvida, e assim que tiver a resposta lhe comunico.

    E desde já agradeço as informações.

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  10. Concordo plenamente com seu raciocínio Walter, só não entendo esse "Sindrome de Estocolmo" dessas pessoas que serão expulsas de suas casas e ainda ficam tentando defender principalmente politicos que estão tendo participação ativa nesse embrolho, entendeu?
    Não defendo porcaria de partido nenhum, acho que o melhor seria colocar todos no moedor de carne, porém respeito o pessoal do Blog qdo critica o partido da situação e seus aliados, pois são eles que estão vindo para cima de nós e nesse momento só nos resta a oposição para conseguir algo como informação por exemplo.
    E olha que o pessoal do blog é tolerante , pois eu nem deixaria postar comentários como esses.
    Parabéns a todos que estão lutando ainda.

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